Como empresa brasileira que tem o Pentágono como cliente quer ampliar faturamento internacional

Empresa está centrando os seus esforços nos mercados dos Estados Unidos, América Latina e Europa

A empresa brasileira de identidade biométrica Griaule quer ampliar a participação do mercado internacional nos seus resultados financeiros. Com faturamento estimado de R$ 60 milhões em 2022, dos quais 85% vieram do mercado nacional, a companhia aposta em projetos complexos para governos e grandes empresas nos Estados Unidos, América Latina e Europa.

Fundada em 2002, a Griaule desenvolve soluções para reconhecimento facial, impressão digital, impressão palmar, identificação de recém-nascidos, reconhecimento de íris e de impressões latentes, utilizando tecnologias como inteligência artificial e aprendizado de máquina em sistemas de big data capazes de processar bilhões de dados. Segundo o CEO João Weber, que está no comando há dois anos, a empresa fornece tecnologia para projetos de grande porte, envolvendo muitas vezes ciclos longos de negociação e implantação. Antes dele, o cargo foi ocupado por Iron Daher, fundador da companhia e hoje membro do conselho.

Entre os grandes projetos já realizados está o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mantém uma das maiores bases biométricas do mundo, reunindo informações de cerca de 120 milhões de pessoas, com dez digitais de cada indivíduo. Isso significa que, a cada novo registro, o sistema precisa confrontar em poucos segundos mais de 1,2 bilhão de digitais para evitar fraudes. Outro cliente de peso é o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Em 2018, a Griaule venceu uma licitação internacional para um projeto que uniu todas as modalidades de identificação biométrica, reunindo dados de 85 milhões de cidadãos do Iraque e do Afeganistão, em parceria com os governos locais. O objetivo era facilitar a identificação de pessoas ligadas a atividades terroristas, analisando fragmentos de artefatos como bombas para identificar quem os manipulou.

Esses dois casos — um de caráter civil e outro criminal — refletem as duas principais fontes de receita da empresa, que cresceram igualmente e levaram a um aumento de 35% no faturamento em 2021. No Brasil, a tecnologia da Griaule é utilizada por instituições como Santander, Caixa Econômica Federal, Exército Brasileiro e secretarias de segurança pública de diversos estados, incluindo Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal. No exterior, presente em 70 países, a empresa atende o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), o governo de Israel e o estado de Chihuahua, no México, onde sua tecnologia ajuda no reconhecimento de cadáveres em conflitos ligados ao narcotráfico.

O foco da Griaule, segundo Weber, é ser uma fornecedora de tecnologia de ponta, investindo fortemente em pesquisa e desenvolvimento em todas as áreas de identificação biométrica, seja por impressão digital, reconhecimento facial, íris ou fragmentos. Um marco recente foi a aprovação de sua tecnologia de identificação de impressões latentes pelo National Institute of Standards and Technology (NIST), dos Estados Unidos, tornando-a a primeira solução globalmente validada pelo órgão, que é a principal referência mundial em certificação biométrica.

Embora sempre tenha atuado no mercado internacional desde sua criação na Unicamp, em 2002, a empresa intensificou sua presença global a partir de 2016, quando abriu um escritório nos Estados Unidos, o que resultou no contrato com o Pentágono. Em 2020, inaugurou uma unidade em Lisboa para captar projetos na Europa, e em 2021 abriu outro escritório na Cidade do México para atender países de língua espanhola na América Latina. Atualmente, cerca de 10% do faturamento é destinado a projetos internacionais, com destaque para o segmento criminal, considerado um nicho altamente sofisticado e pouco explorado. Weber, formado em engenharia elétrica, ingressou na empresa em 2015 como gerente estratégico de projetos e assumiu a presidência em julho de 2021.

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